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Tudo sobre a região do Anhanduizinho

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Campo Grande, terça-feira, 19 de dezembro de 2023.

Combate à dengue

Quatro bairros na região do Anhanduizinho receberão o Método Wolbachia para o combate ao mosquito

Por Gilson Giordano em 10/06/2020 às 10:11

Obra da Biofábrica que abrigará salas para a produção dos mosquitos Aedes aegypti com Wolbachia do WMP Brasil será entregue com 60 dias (Foto: Divulgação)

Localizado no bairro Piratininga, na região do Anhanduizinho, a Vila Ipiranga ganhará nos próximos dias uma importante obra para o combate ao mosquito Aedes aegypti. Desta feita, trata-se da reforma do espaço de a aproximadamente de 100 m² que deve ocorrer em um prazo de 60 dias, onde funcionará a biofábrica que abrigará salas para a produção dos mosquitos Aedes aegypti com Wolbachia do WMP Brasil.

A reforma do espaço, a compra dos equipamentos e materiais necessários à implantação da biofábrica e os treinamentos das equipes serão realizados pelo WMP Brasil / Fiocruz, com apoio financeiro do Ministério da Saúde. O espaço físico é uma contrapartida do Estado do Mato Grosso do Sul, bem como a disponibilização de equipes do Estado e da Prefeitura Municipal de Campo Grande.

As obras da biofábrica do Método Wolbachia, iniciativa de controle de dengue liderada pela World Mosquito Program (WMP) e conduzida no Brasil pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz),  foram iniciadas nesta segunda-feira (8) e será anexa ao Laboratório Central do Mato Grosso do Sul, (Lacen-MS), com previsão se ser inaugurada em agosto do corrente ano.

Biofábrica

A biofábrica abrigará salas para a produção dos mosquitos Aedes aegypti com Wolbachia do WMP Brasil, bem como para triagem das larvas provenientes das ovitrampas utilizadas no monitoramento. Haverá também a preparação do material a ser enviado ao Rio de Janeiro (RJ) para testes que serão realizados na sede do WMP Brasil, no campus da Fiocruz.

A estimativa de produção semanal da biofábrica é de cerca de um milhão e meio de mosquitos com Wolbachia. “Essa produção irá atender o município de Campo Grande e também as pesquisas que são feitas para manutenção da colônia e viabilidade do Método Wolbachia. O importante é lembrarmos que as liberações de Aedes com Wolbachia são temporárias, pois os próprios mosquitos começaram a se reproduzir promovendo seu estabelecimento e reduzindo a transmissão de dengue, Zika e chikungunya”, destaca o líder do Método Wolbachia no Brasil, Luciano Moreira.

O Método Wolbachia será implementado em toda a área urbana de Campo Grande  em cerca de três anos. Para a produção de Aedes aegypti com Wolbachia e inicialmente foram coletados mosquitos na cidade através de ovitrampas, que são armadilhas que coletam ovos. Este material foi enviado ao Rio de Janeiro (RJ), onde se criou uma colônia para cruzamento com mosquitos contendo Wolbachia. Após algumas gerações, temos um mosquito com as características de Campo Grande, porém agora contendo a Wolbachia, já que esta bactéria é transmitida na reprodução destes insetos. Não há modificação genética do Método Wolbachia.

A expectativa é que, após as obras da biofábrica, ela entre em funcionamento até o mês de agosto e as primeiras liberações ocorram a partir de setembro deste ano, caso não haja qualquer outra orientação sanitária em função da pandemia de Covid-19. As liberações de mosquitos com Wolbachia ocorrerão em seis fases. Cada etapa de liberação tem o período de duração de 16 a 20 semanas.

O Método Wolbachia não envolve modificação genética e é uma medida complementar às ações de combate ao mosquito Aedes aegypti que já acontecem em Campo Grande. Essa metodologia auxilia a forma que até hoje é tida como a mais eficaz para a redução dos casos de dengue, zika e chikungunya, que é o controle mecânico, por isso a população deve  eliminar os criadouros de mosquitos que possam ser encontrados nos quintais.

Método Wolbachia

Wolbachia é um gênero de bactérias que infectam artrópodes, incluindo uma alta taxa de insetos e o referido método será usado na liberação de Aedes aegypti  para que se reproduzam com os Aedes aegypti locais e gerem uma nova população destes mosquitos, todos com Wolbachia.

Anhanduizinho

Além da instalação da biofábrica, nada menos que quatro bairros da região do Anhanduizinho serão os primeiros receberem a iniciativa global: Guanandi, Aero Rancho, Centenário e Lageado. Além deles também estão incluídos os bairros: Batistão, Coophavila II e Tijuca.

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